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MATÉRIAS

Ao longo do curso, matérias foram produzidas para a disciplina de Redação Jornalística e Jornalismo Gráfico, ministradas pela professora Katia Brembatti e Ana Paula Mira.

O incentivo às práticas esportivas no Brasil 

(publicada no LONA ed. 801, junho/2013)

 

         O Brasil será sede da Copa do Mundo de 2014 e isso todo mundo já sabe. Os estádios foram construídos e o país já tem uma prévia de como será o ano que vem, com a Copa das Confederações que vem acontecendo desde o dia 15 de junho. Os olhos do mundo inteiro estão voltados para o nosso país e a magnitude deste evento se refere à grande organização e investimento que o mesmo exige. No entanto, o foco não está somente na Seleção Brasileira. Este evento de tamanha proporção vem propiciando para o país, além da visibilidade e interesse de turistas, benefícios a diversos atletas brasileiros. As leis de incentivo ao esporte são um exemplo, contribuindo para a descoberta de novos talentos em diversas modalidades esportivas.Embora a Copa do Mundo se refira à modalidade futebolística, é uma referência para a prática de outras modalidades também, por se tratar de um grandioso evento esportivo que atrai a atenção do mundo inteiro.

 

O incentivo ao esporte no Paraná

        Em nosso estado, são inúmeros os programas permanentes desenvolvidos pela Secretaria de Estado da Educação (SEED) que incentivam a prática esportiva no âmbito escolar. Um exemplo são as Aulas Especializadas de Treinamento Esportivo,  que têm o objetivo de formação de equipes esportivas e descoberta de talentos no ambiente de ensino. Segundo Aluízio da Rosa, atual Coordenador Geral dos Programas Esportivos nas Escolas da Rede Estadual de Educação do Paraná, o estado possui uma política esportiva bem definida “que visa o trabalho de base, ou seja, de iniciação esportiva, até o de desenvolvimento esportivo mais avançado, para todos os estudantes da Rede Estadual de Educação do Estado do Paraná”. Até o final do atual governo, pretende-se atingir as mais de 2 mil escolas estaduais existentes. Até o momento, cerca de 60% da meta já foi alcançada.

        Em Curitiba, a Lei Municipal de Incentivo ao Esporte implantada no ano de 2002, prevê a captação de recursos para o investimento em projetos esportivos. Quem pode solicitar os recursos são os atletas e entidades locais com residência fixa comprovada. São custeadas despesas com competições e treinamento, viagens, alimentação e hospedagem. Segundo informações da Secretaria Municipal do Esporte, Lazer e Juventude, no atual período esportivo foram protocolados 474 projetos esportivos, sendo 361 projetos no segmento atleta/rendimento, 51 projetos apresentados por paraatletas/rendimento, 18 projetos no segmento Educação e 44 projetos apresentados por Pessoa Jurídica (associações esportivas, federações esportivas etc). Dentre as modalidades esportivas cujo número de projetos é superior às outras, estão: judô, com 52 projetos, natação com 42 projetos e jiu-jitsu com 38 projetos. 

         Inúmeros atletas e entidades de diversas modalidades de esportes já foram beneficiados com a lei, cujo desempenho tem destacado a cidade de Curitiba em competições no Brasil e até mesmo no exterior. Aluízio ainda relembra os resultados da Olimpíada Escolar Nacional, que, em virtude do trabalho que o Paraná vem desenvolvendo no esporte escolar nos últimos anos, “já passou de mero coadjuvante para o 2º melhor do Brasil, ficando atrás somente de São Paulo”.

        Outro programa que objetiva o incentivo ao esporte no âmbito nacional é o Atleta Na Escola, promovido pelo Ministério da Educação em conjunto com o Ministério do Esporte. Trata-se de um programa recente que vem possibilitando a descoberta de futuras promessas para o Atletismo brasileiro e já promete ótimos resultados. “O Atletismo é um esporte promissor, por se tratar de uma modalidade de fácil prática que dá sustentação para a prática de outros esportes” afirma Aluízio.

        O programa abrange três modalidades do Atletismo: 75 metros/100 metros; 1000 e 3000 metros e, por fim, salto em distância. As provas são divididas por faixa etária de 11 a 14 anos e 15 a 17 anos. A participação é extensiva a todos os alunos e o objetivo, segundo o coordenador, é o de desenvolver a prática esportiva no ambiente escolar.

 

Esporte: um negócio lucrativo

        O mercado de trabalho também vem se transformando com a maior valorização e lucratividade do esporte. Um exemplo disso são as empresas de Marketing Esportivo - a aplicação de estratégias do marketing tradicional na indústria do esporte, área profissional um tanto nova que vem para ganhar seu espaço na indústria.

        O objetivo do Instituto Brasileiro de Marketing Esportivo (IBME) é promover a profissionalização administrativa do esporte. Dentre as atividades promovidas, estão seminários, parcerias em cursos e o recente lançamento de um livro sobre marketing esportivo.

        Para Rafael Zanette, vice-presidente da IBME, a visão do esporte não mudou muito com a Copa do Mundo do ano que vem: “o que foi impactado foi a gestão esportiva como um todo”. Para ele, o evento vem para transformar o investimento esportivo, que hoje é mais estratégico. O esporte passou a ser visto como um grande potencial nos negócios, podendo incrementar as receitas de quem investe no ramo.

        De acordo com o site especializado no tema, Arena Sports, a indústria esportiva no Brasil movimenta em média R$ 31 bilhões por ano, o equivalente a 3,3% do Produto Interno Bruto.

 

Linha Monte Castelo: Castelo só no nome (produzida em maio/2013)

 
             Localizado em Colombo, região metropolitana de Curitiba, é no Terminal do Guaraituba que inicia-se o trajeto percorrido pelo ônibus laranja cuja linha leva o nome de Monte Castelo. Dentre os passageiros que usufruem do transporte, muitos são idosos ou trabalhadores da região.
         Já no início do percurso, é visível a desigualdade e contraste da região, a qual formada, em sua maioria, por casas, as marcas de vandalismos ficam evidentes. Torna-se praticamente impossível encontrar um muro que não tenha passado pelas mãos de pichadores. Outro fator que marca fortemente esse contraste é a falta de pavimentação em algumas ruas, fazendo com que metade do trajeto seja percorrido em estradas de chão, dificultando assim, o acesso. Entretanto, nos locais onde há a pavimentação, o ônibus precisa enfrentar um grande número de buracos . Para Maria Cilene, cobradora de ônibus há 2 anos, este é o maior problema que a linha enfrenta: a má condição das estradas. Perguntada sobre os perigos da linha, Maria afirma que nunca presenciou um assalto durante o período em que trabalha. “No trajeto, o perigo mesmo está nos buracos, que podem prejudicar as costas”, relata.
         E a lista de problemas só aumenta. Além das más condições das ruas, a iluminação é fraca e inexistente em alguns pontos que a linha percorre, o que torna o trajeto um tanto perigoso durante a noite. O motorista José Aparecido Gomes, que está há 8 anos na profissão, alerta: “Não pegue ônibus à noite”, devido aos casos de criminalidade na região. A falta de policiamento na área é um dos fatores que contribui para que a violência continue atormentando a vida daqueles que na região residem. “É raro ver a polícia aqui”, afirma Maria Aparecida de Oliveira, moradora do Bairro Monte Castelo, ponto final da linha que leva seu nome.
          A cada 15 minutos um novo ônibus recolhe os passageiros que fazem o percurso, muitos deles diariamente. É o caso de Isack Rodrigo, estudante do Colégio Adventista Boqueirão, que embarca no ônibus às 5h40min todos os dias durante a semana. Perguntado sobre o fluxo de pessoas que deslocam-se na mesmo horário, o jovem afirma: “É muito lotado, pois é o horário que todo mundo vai trabalhar.”. E assim, muitas vezes, quem sofre são os idosos, que frequentemente são desrespeitados, embora deveriam ter a preferência pelos assentos. “Existem pessoas que fingem não ver.”, afirma. O jovem completa: “Já presenciei muitas brigas dentro do ônibus, pois as pessoas queriam ocupar os mesmos assentos”. Para aliviar o fluxo, Isack vê como solução a colocação de mais veículos para o transporte dos passageiros.
         Na linha, Castelo só vemos no nome. A região, que possui comércio próprio e um pequeno centro, é marcada pela simplicidade do povo que ali reside. Diferentemente da realidade da grande capital, os cidadãos de Monte Castelo precisam conviver com o descaso, em que a falta de asfaltamento, iluminação e policiamento se tornam os grandes problemas a serem enfrentados diariamente.

Na primeira foto (esq.), visão do bairro. Na segunda, o ponto final da linha Monte Castelo.

Bar do Mignon x Bar Triângulo: o sucesso do pernil

                                                                                                                                         (produzido em março/2013)
 
         Localizados na Avenida XV de Novembro, centro da cidade de Curitiba, dois bares populares possuem algo em comum, além de ficarem um ao lado do outro: o lanche de maior sucesso, o sanduíche de pernil. “Não tem rivalidade não!”, faz questão de deixar claro o gerente do Bar do Mignon, Paulo Roberto Cordeiro. No entanto, os fatos não comprovam sua afirmação. Situados um ao lado do outro, ambos os bares têm como produto mais vendido o sanduíche de pernil, que pode vir acompanhado de queijo ou cebolinha verde. Os preços também são idênticos, o que favorece ainda mais a rivalidade entre as casas.
       Afinal, quem tem o melhor sanduíche? O ingrediente especial do Bar Triângulo é fácil de conseguir. “Pode ser o amor?”, brinca Sandra Maria Hamdar, a proprietária. Deixando a brincadeira de lado, ela confessa: “Não há nada de tão especial no nosso sanduíche. O diferencial mesmo é o tempero!”.
          Segundo relatos de Lilian Soares, que trabalha no Bondinho da Leitura que fica em frente ao Bar do Mignon, o movimento é sempre grande. "Costumo frequentar o bar de vez em quando para almoçar e está sempre cheio!". Ela ainda afirma que o atendimento é bom e que os garçons são muito divertidos. O Bar Triângulo – que possui este nome por ter o formato de um triângulo – não fica para trás neste quesito. Os garçons encontraram uma forma divertida de intitular os produtos que mais eram consumidos, para que não houvesse confusão na retirada dos pedidos. “Cachorro pelado” e “vina solteira” são exemplos que caíram no conhecimento até mesmo dos consumidores mais fiéis, que assim os chamam na hora de fazer o pedido. A casa, que possui capacidade para em média 150 clientes, também garante seu movimento. "É bastante movimentado no período do almoço e aqui bomba a noite inteira!", afirma Marcos Vinícius Martins, garçom do bar. Ele ainda completa que, apesar da rivalidade comercial, a relação com outros estabelecimentos é boa: "Aqui, todos os funcionários dos bares são amigos!”.
         Criados em anos diferentes – o Bar do Mignon já existia há 14 anos quando o Bar Triângulo surgiu -, ambos os bares possuem uma clientela fixa. “Um de nossos sanduíches, o Marchant, tem este nome em homenagem ao cliente que sempre o pedia!”, conta Paulo, se referindo ao sanduíche de pernil e vina que caiu no gosto dos clientes e passou a ser incluído no cardápio do Bar do Mignon diante de tanto sucesso. “Se você comer um sanduíche assim em outro lugar, pode saber que foi criado aqui!", orgulha-se o gerente.
         O Bar do Mignon e o Bar Triângulo destacam-se pela localização favorável, que é referência para quem trabalha na região e precisa por ali mesmo almoçar, mas não se atribui somente a este fato o grande sucesso. Os clientes mostram satisfação, por oferecerem o atendimento adequado e alimentos de qualidade.

Sedentarismo? Aqui não! (produzida em setembro/2013)

 

        O Parque Barigui, um dos cartões postais que tanto embelazam a capital paranaense, localizado entre a Avenida Manoel Ribas e a BR-277, é o lugar mais escolhido pelos curitibanos para os momentos de lazer. Em um mundo cada vez mais sedentário, com o índice alcançando 80% da população brasileira que, segundo o IBGE, sofre de sedentarismo, o ponto turístico de Curitiba possui fiéis adeptos à prática de caminhadas. Com a área de aproximadamente 1.400.000 metros quadrados, o parque é ponto de referência quando o assunto é a prática esportiva.
        Em uma breve visita ao parque, faça calor ou frio, é possível encontrarmos dezenas de pessoas em suas caminhadas diárias. É o exemplo de Ivone Barros, de 62 anos, que há quase dois meses caminha no parque acompanhada de sua filha. “Eu só caminho. 35 minutos é o meu tempo.”, afirmou Ivone, que faz o percurso diariamente por recomendação médica.

        Segundo Gláucio Woellner, docente do curso de Educação Física da Universidade Positivo, a prática de caminhadas só tende a trazer benefícios tanto físicos quanto psicológicos: “uma pessoa que talvez seja parada, que não tem contato com a atividade física, a partir do momento que começa a caminhar, já pode ativar seu metabolismo, fazendo com que todos os sistemas do organismo – imunológico, circulatório e digestivo – passem a funcionar melhor”. A caminhada é uma das práticas mais poderosas na prevenção de doenças cardiovasculares, depressão e até ansiedade. A atividade também facilita a redução dos níveis de colesterol, assim como a perda de peso.
         Além de contribuir de forma significativa para a saúde, Gláucio afirma, a prática de caminhadas também condiciona e prepara as pessoas para a prática de outros esportes:  “Com certeza, vai trazer uma sensação de bem-estar.” Um dos benefícios mais complexos da atividade é o aumento da frequência cardíaca. “Com o objetivo de aumentar a frequência cardíaca, o indivíduo coloca-se em condições de treinamento e isso faz com que o organismo passe a entrar em um processo que costumamos chamar de supercompensação. O organismo sai de um estágio zero e começa a buscar a melhora dentro dele mesmo.”, explica o professor.
         Renata Lacerda, de 47 anos, consegue conciliar a academia com as idas ao parque duas vezes na semana. “O exercício (caminhada) visa mais a parte fisiológica do que a parte estética”, afirmou. Segundo Renata, que também faz musculação, a academia é um ambiente mais fechado que acaba não sendo tão prazeroso quanto as caminhadas ao ar livre, mas reconhece a importância da prática: “em compensação, você tem a instrução de um professor que está auxiliando. É diferente um trabalho do outro.”.
         Ana Josélia, de 46 anos, caminha no parque há 15 dias e afirma ter tomado a iniciativa da prática esportiva por conta própria: “chega uma certa idade que você tem que fazer alguma coisa”, disse. Embora tenha ingressado há pouco tempo no exercício, Ana fala que já sente a diferença: “Eu sinto que eu tenho mais disposição”.
O aspecto motivacional é um dos fatores que contribui para o grande número de pessoas que preferem fazer suas caminhadas no parque ao invés de na academia. No entanto, o professor explica que um dos problemas das caminhadas do parque é o impacto que o movimento gera. “A esteira, em alguns momentos, é muito melhor, pois ela absorve o impacto do movimento.”, conta o professor.
         Márcia Hilbert, de 49 anos,  que frequenta o parque Barigui há 10 anos, afirma que consegue conciliar a caminhada com a musculação na academia. No entanto, ela confessa que não trocaria suas caminhadas ao ar livre por nada. “Isso aqui é um paraíso. Faz bem para a saúde e para os olhos!”, brincou. E para a época de frio, ela ainda toma certos cuidados com a pele. “Uso bastante hidratante para não ressecar a pele e boca. E tomo ainda mais água do que no verão.”, relata. Márcia, que frequenta ao parque de segunda à sexta-feira, se diz apaixonada pelo lugar. “Nos dias que chove no parque, me obrigo a fazer esteira. Mas fico doente se não fizer alguma coisa. Faz parte da minha vida. O parque Barigui é minha segunda casa”, confessa.
         Para os idosos, existem algumas restrições relacionadas à prática da caminhada. “Com a idade, perde-se um pouco da mobilidade e tonicidade muscular. O idoso não tem a mesma elevação de pé que os jovens. Portanto, a possibilidade de queda é muito maior.”, afirma Gláucio. Mas, se tomado o devido cuidado, a prática esportiva é muito indicada pelos profissionais da área de saúde. Não só pelo bem-estar físico e mental, mas a prática pode prevenir doenças da idade e até curar a osteoporose, por exemplo. “Para os idosos, é indicado atividades que possuam algum impacto, para a compressão da massa óssea. A caminhada é muito bem vinda.”
         Sobre a frequência da prática esportiva recomendada, o professor afirma que a resposta varia de acordo com o preparo físico de cada indivíduo: “depende do nível de treinamento e estágio físico em que a pessoa se encontra. Para uma pessoa sedentária, uma caminhada é uma carga. A pessoa precisa primeiro se adequar a esta carga.”.
E para quem se interessa pela atividade e realmente quer levar o hábito a sério, desempenhando-o com regularidade e disciplina, o professor destaca a importância do uso de um calçado adequado, assim como a atenção na hidratação durante a atividade e alongamentos para aquecer os músculos que farão o trabalho.

Algumas das publicações de 2014.

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O portfolio de 

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